1 The Witcher 2 Seg 26 Set 2011, 20:39
The King
Summoner
Um RPG que eu estou esperando e muito sua versão para 360 é The Withcer 2, lançado até agora somente para PCs
http://www.finalboss.com/fb5/ctu.asp?cid=69941
Antes de tudo, uma reclamação. Desde 2008, usuários de console vem esperando em vão por The Witcher, um jogo que apareceu quase que do nada no PC e surpreendeu a todos com seu mix de história cativante, personagens carismáticos para o público hardcore, gameplay frenética e tudo de bom que um RPG deve ter. E essa espera continua sem previsão de acabar já que Rise of the White Wolf, a versão console do primeiro, foi cancelada, e só agora a produtora vai começar a mexer os pauzinhos para trazer The Witcher 2 para os consoles.
Geralt e o rei Faltest no início do jogo
Pois bem, deixando de lado a inveja de quem tem um PC turbinado e falando sobre o que realmente interessa, havia bastante expectativa em torno da produtora polonesa CD Projekt a propósito da sua mais famosa criação, o RPG The Witcher – adaptação de uma famosa obra de fantasia do escritor polonês Andrzej Sapkowski, lançada em vários países e idiomas. A título de curiosidade, o nome é um caso de neologismo, formado pela junção de dois termos: Witch (Bruxo) e Sorcerer (Feiticeiro). Mas, o que ajudou ao título a ganhar um pouco de propaganda no início de sua produção foi uma participação da Bioware no desenvolvimento, já que foi usado engine Aurora, de propriedade da produtora de Dragon Age e Mass Effect. E com muita satisfação demos a esse mix de Dungeon Siege, Neverwinter Nights e Knights of The Old Republic um 9.0 em nossa resenha.
Para The Witcher 2, a CD Projekt prometeu várias mudanças para sua segunda adaptação, que se passa seis anos após os eventos do primeiro game. De fato, houve melhorias sensíveis em vários pontos do game, evoluções tão grandes que colocam mais uma vez a série no topo da lista de jogos imperdíveis do ano. Sorte de quem tem um PC feroz.
Em The Witcher 2, o jogador segue mais uma vez no comando do personagem Geralt, um Witcher – caçadores de monstros que recebem treinamento especial e tem seus corpos modificados desde cedo para ganhar habilidades sobrenaturais. Apesar de seu principal objetivo ser defender a humanidade contra essas criaturas, os Witchers não são bem vistos por grande parte da sociedade, já que, assim como anões e elfos, eles não são "humanos". O jogo se passa em um continente chamado Northern Realms, onde quem predomina é a raça humana, mas que também é a mais dividida, sempre oprimindo as outras raças, que vivem separados dos humanos, em florestas ou guetos nas cidades.
Um dos inimigos do jogo
Dessa vez, e ainda sofrendo com a amnésia que atormentou Geralt durante toda a primeira aventura, o herói terá um objetivo especial: livrar seu próprio nome de uma falsa acusação. Isso é apenas uma ponta do iceberg, já que não queremos de forma alguma spoilar a grande trama da qual o jogador participa. Mas, salientamos que The Witcher 2, tal qual o primeiro, possui um profundo enredo repleto de surpresas e reviravoltas, romance, sexo, assassinatos, alianças improváveis e guerra, pelo qual é difícil não se sentir atraído. Jogadores de RPG veteranos cultuam esse estilo maduro e inteligente de história, sem espaços para amadorismos, e o título da CD Projekt não decepciona em momento algum nesse ponto.
Geralt, o personagem principal, é um cara de princípios. Muitos apostam que ele não é capaz de ter sentimentos, mas ele mostra no início do jogo que tem uma bom relacionamento com Trish, a poderosa e sensual feiticeira ruiva do primeiro game. Aliás, desde o princípio, tudo que ele quer é terminar alguns afazeres pendentes para poder ir embora com ela. Durante a jornada, os jogadores reencontrarão algumas figuras marcantes do primeiro game e outras caras novas. Como Vernon Roche, líder dos Blue Stripes, as forças especiais do Rei Foltest. O cara é durão, esperto, mas leal. Assim como o anão Zoltan e seu inconfundível sotaque russo. The Witcher 2 possui uma penca de personagens carismáticos, fortes, inesquecíveis e o trabalho profissional de dublagem só valorizou ainda mais a narrativa. Seria normal em um jogo como esse ter esse ou aquele personagem praticamente nulo, ou imperceptível, mas todos os que participam ativamente da história possuem importante e passam algo de concreto para o jogador. Isso ajuda a criar uma relação mais estreita com todos eles é um dos fatores que tornam a história tão atraente.
A floresta é um lugar perigoso...
O jogo em si consiste não apenas dessa trama principal, mas também de muitas, realmente muitas quests paralelas. Essas quests, de dificuldades e objetivos bem variados, são o que garantem uma tremenda longevidade ao jogo – e você pode pegar inúmeras ao mesmo tempo, fica a seu critério. Descubra o paradeiro dos soldados desaparecidos para salvar a pele da elfa, encontre os itens tais, participe de uma pesquisa científica são algumas das missões com que o jogador vai se deparar. Isso sem falar nos vários mini-games envolvendo combate corporal, dados, queda de braço e muito mais. The Witcher 2 tem uma bela parcela de "sandbox" para oferecer. Isso sem falar nas centenas de itens que podem ser adquiridos em todos os cantos do jogo, desde ervas a armas, e dinheiro a receitas. Como um feiticeiro que se preze, Geralt não se faz valer apenas de seus braços para dar conta das criaturas: a alquimia também é a alma do jogo.
Como no primeiro, essa sequência também oferece uma penca de mecanismos que não estão ali para constar, necessitando de total atenção do jogador que quiser sobreviver aos desafios. A alquimia, por exemplo, permite a criação de itens e poções importantíssimas que oferecem vantagens únicas ao Witcher (mais força, resistência, recuperação mais rápida, etc.). Esse tipo de liberdade é algo que os fãs de RPG adoram - afinal, que graça tem ir a qualquer quiosque ou loja do jogo e comprar os itens já prontos quando você mesmo pode fazê-lo desde que tenha as fórmulas? Isso também vale para armas especiais, que o jogador pode forjar desde que tenha os itens necessários para aquele diagrama. Outros itens permitem melhorar equipamentos, com um sistema similar aos usados em MMOs. E ainda há mais para ajudar em combate como bombas, armadilhas e mutagens (irreversíveis), enfim, se o jogador quer usar um ou todos, é com ele. Mas ninguém pode dizer que o Witcher é um cara de poucos reursos.
Essa vila é linda, mesmo pegando fogo
Apesar da grande quantidade de mecanismos, The Witcher 2 é muito mais simplificado que o primeiro. A interface, apesar de ainda ser um pouco confusa, é muito mais amistosa que antes. É verdade que com controle fica difícil navegar por ela e entendê-la, principalmente porque para certas ações negadas não são oferecidas explicações satisfatórias, mas com o mouse é mamão com açúcar. Até mesmo a teia de habilidades é ridícula: o jogador gasta os pontos de talento adquiridos quando passa de nível para abrir uma técnica dentro de quatro categorias distintas como se defender de inimigos em várias direções, melhorar sua regeneração fora de combate, poder lançar facas e muito mais. Geralt pode ser único, mas o jogador pode moldá-lo como bem entender, seja tornando-o invencível com a espada, um poderoso alquimista ou um mago inigulável. Por ser um Witcher, Geralt pode usar "Signs", que lhe conferem magias básicas e avançadas como Aard (onda telecinética que atordoa adversários), Yrden (armadilha para paralisar inimigos), Igni (fogo), Quen (escudo de defesa), Axii (encantamento que coloca inimigos para lutar ao seu lado) e uma secreta. Todas essas habilidades são melhoráveis. Magias e itens são usáveis por meio de um anel de comandos que deixa a ação do jogo em supercâmera lenta. E como os RPGs tradicionais, mensagens no canto direito avisam regularmente o jogador sobre os efeitos que estão ocorrendo, incluindo dano causado, sofrido, modificação de status, etc.
O sistema de combate de The Witcher 2 também foi outro fator que passou por mudanças e para melhor. No game original, o jogador tinha estilos diferentes que serviam especificamente para inimigos distintos. Caras grandes precisavam ser derrubados com estilos rápidos, enquanto os menores eram derrotados com ataques fortes. Além disso, após um acerto, era preciso ficar atento a um ícone que aparecia por um leve instante, e só assim um combo era bem executado. Bem, esqueçam isso. O sistema na continuação é o mais dinâmico possível: golpe forte e golpe fraco. Combos saem naturalmente e com grande facilidade dependendo da arma utilizada (Geralt pode usar de tudo, desde adagas a maças e lanças), mas tais golpes devem ser escolhidos de acordo com os adversários (fraco em adversários ágeis, forte contra oponentes de armadura, por exemplo). Se engana quem acha que o jogo virou um "button smasher", pois outras modificações foram feitas transformando e balanceando os combates.
Uma das vilas por onde Geralt deixará sua marca
Uma das mudanças mais sensíveis está nas várias situações onde múltiplos inimigos atacam simultaneamente. Isso mesmo: deixar os adversários rodearem Geralt é morte certa e um frustrante recarregamento de save. O jogador é desafiado a enfrentá-los usando todos os recursos possíveis. Além dos demais itens de combate (bombas, armadilhas e magias), o jogador pode defender e se esquivar. No entanto, a defesa é muito limitada, principalmente no início quando se pode aparar apenas dois golpes e se eles vierem da direção que Geralt está virado. Nesse caso, quem quiser realmente usar espadas, terá que se esquivar com extrema frequência, batendo uma ou duas vezes e fugindo em seguida. A simplificação do sistema de combate veio em boa hora.
De que valeria tudo isso, porém, se The Witcher não tivesse bons gráficos? Quem tiver um PC de última geração terá à sua disposição um dos mais bonitos RPGs de que se tem notícia. Ultra detalhado, com efeitos visuais soberbos, o game é um colírio para os olhos trazendo suas florestas luxuriantes, castelos, cidades povoadas com dezenas de casas visitáveis, monstros dos mais variados tipos, tamanhos e desafios, personagens bem modelados (destaque para as incômodas cicatrizes de Geralt) e efeitos de água tão críveis que dá até sede só de ver o riacho correndo. Enquanto o primeiro a colisão entre Geralt e seus oponentes era meio artificial, agora os mesmos respondem fisicamente aos ataques, e vice-versa, como se espera e é típico de jogos de ação. A área explorável é imensa.
Sem magia, não há vitória!
Mas, há algo em The Witcher 2 que vale muito mais do que todos os efeitos juntos: cenário. Podemos pegar como exemplo a primeira cidade que vocês visita, Flotsam. Uma vila no meio da desgraça, banhada por um rio com uma criatura enorme que destrói barcos e cercada por uma floresta com todos os perigos que se possa imaginar. Andando por essa cidade o jogador rapidamente é tragado para esse universo crível, onde as pessoas cuidam de seus afazeres simples, conversam, reclamam, enfim. O modo com que a CD Projekt trouxe à vida esse lugar é algo que deveria ocorrer em todo santo RPG.
Tal qual em games como KOTOR, Mass Effect e Dragon Age, escolhas feitas pelo jogador em diálogos importantes (e quests) afetam o destino de Geralt. Há uma certa decisão que modifica completamente o desenrolar da história. Seguindo essas linhas diferentes, o jogador pode ver um dos 16 finais diferentes. Os completistas certamente jogarão mais vezes o game, principalmente porque uma boa parcela de conteúdo só pode ser acessada após a aventura ser concluída uma vez. E, para quem curte um desafio, uma novidade: o game tem quatro níveis de dificuldade, sendo que o maior deles, o insano, é literalmente insano. Se o jogador morrer, em qualquer parte do jogo, é Game Over – não há opção para recarregar "save game anterior".
Apesar de qualquer um poder desfrutar do jogo, novato ou não na série, The Witcher 2 é voltado, definitivamente, para o público maduro. Isso pode ser visto nas várias situações em que o herói tem relações sexuais com NPCs. Em uma das primeiras cenas do jogo, aliás, o witcher está no bem bom com Trish, sua amada do jogo anterior. Apesar do relacionamento sério, o herói não nega fogo a qualquer uma que lhe ofereça algo mais como recompensa por seus atos.
Esses Nekkers são tão fofinhos /not
The Witcher 2 é um produto soberbo e grandioso, com vasta atenção aos detalhes, mas não está livre de problemas. Além da interface ainda imperfeita, o game peca em performance mesmo rodando em micros superpotentes. O que ocorre é que com o tempo, parece que o jogo não libera memória de forma correta, e os slow downs começam a ocorrer, até a queda total de frame e eventual impossibilidade de se continuar a jogar. Salvar, sair e recomeçar soluciona o problema. Um patch no futuro certamente deve resolver o problema.
Outra correção também se faz necessária para o sistema de interação, já que objetos interferem em outros quando próximos. Por exemplo: quando matamos um guarda próxima a uma tocha que Geralt podia acender e apagar como quisesse, não conseguimos pegar o item deixado pelo guarda, porque a ação contextual mostrada, mesmo quando virávamos a câmera para baixo, era a da tocha. Houve também um estranho problema em uma das missões: estávamos correndo atrás de uma pessoa quando, repentinamente, uma outra surgiu "nos passando uma missão". Dessa forma, jamais conseguiríamos concluí-la. Foi uma pena, é verdade, mas ainda assim o jogo oferece tanto a mais que sentimos como se fosse um pequeno sacrifício válido – ainda mais que, posteriormente, descobrimos um método para burlar o erro, pegando nosso alvo antes.
Mesmo com esses deslizes técnicos, The Witcher 2 é um dos mais fabulosos e autênticos RPGs que o PC já recebeu. Visualmente soberbo, com personagens e história cativantes do início do fim, essa continuação supera o primeiro em todos os quesitos, tornando-o imperdível para quem curte o gênero. Mesmo quem não jogou o primeiro, apesar de claramente se sentir alheio aos eventos e personagens no início da aventura, não devem demorar muito até se ficarem emergidos na narrativa e nos acontecimentos, sentindo como se já fizesse parte desse fantástico universo há tempos. Por isso, The Witcher 2 pode ser jogado por qualquer um, idependente de já conhecer o "bruxeiro" de outras aventuras – aliás, não existe melhor hora para fazer do que agora.
Mínimo:
Processador: Intel Core 2 Duo 2.2 GHz ou equivalente AMD
Placa de vídeo: Nvidia GeForce 8800 com 512MB ou equivalente ATI
Memória: 1 GB para Windows XP / 2 GB para Windows Vista e Windows 7
Disco rígido: 8 GB para instalação e 8 adicionais para material bônus
Recomendado:
Processador: Intel Quad Core ou equivalente AMD
Placa de vídeo: Nvidia GeForce 260 com 1GB / Radeon HD 4850 com 1GB
Memória: 3 GB para Windows XP / 4 GB para Windows Vista e Windows 7
Ah é o game tá disponível pra PC, e ano que vem vai ter versão para Xbox 360 e (possivelmente) Playstation 3.
http://www.finalboss.com/fb5/ctu.asp?cid=69941
Antes de tudo, uma reclamação. Desde 2008, usuários de console vem esperando em vão por The Witcher, um jogo que apareceu quase que do nada no PC e surpreendeu a todos com seu mix de história cativante, personagens carismáticos para o público hardcore, gameplay frenética e tudo de bom que um RPG deve ter. E essa espera continua sem previsão de acabar já que Rise of the White Wolf, a versão console do primeiro, foi cancelada, e só agora a produtora vai começar a mexer os pauzinhos para trazer The Witcher 2 para os consoles.
Geralt e o rei Faltest no início do jogo
Pois bem, deixando de lado a inveja de quem tem um PC turbinado e falando sobre o que realmente interessa, havia bastante expectativa em torno da produtora polonesa CD Projekt a propósito da sua mais famosa criação, o RPG The Witcher – adaptação de uma famosa obra de fantasia do escritor polonês Andrzej Sapkowski, lançada em vários países e idiomas. A título de curiosidade, o nome é um caso de neologismo, formado pela junção de dois termos: Witch (Bruxo) e Sorcerer (Feiticeiro). Mas, o que ajudou ao título a ganhar um pouco de propaganda no início de sua produção foi uma participação da Bioware no desenvolvimento, já que foi usado engine Aurora, de propriedade da produtora de Dragon Age e Mass Effect. E com muita satisfação demos a esse mix de Dungeon Siege, Neverwinter Nights e Knights of The Old Republic um 9.0 em nossa resenha.
Para The Witcher 2, a CD Projekt prometeu várias mudanças para sua segunda adaptação, que se passa seis anos após os eventos do primeiro game. De fato, houve melhorias sensíveis em vários pontos do game, evoluções tão grandes que colocam mais uma vez a série no topo da lista de jogos imperdíveis do ano. Sorte de quem tem um PC feroz.
Em The Witcher 2, o jogador segue mais uma vez no comando do personagem Geralt, um Witcher – caçadores de monstros que recebem treinamento especial e tem seus corpos modificados desde cedo para ganhar habilidades sobrenaturais. Apesar de seu principal objetivo ser defender a humanidade contra essas criaturas, os Witchers não são bem vistos por grande parte da sociedade, já que, assim como anões e elfos, eles não são "humanos". O jogo se passa em um continente chamado Northern Realms, onde quem predomina é a raça humana, mas que também é a mais dividida, sempre oprimindo as outras raças, que vivem separados dos humanos, em florestas ou guetos nas cidades.
Um dos inimigos do jogo
Dessa vez, e ainda sofrendo com a amnésia que atormentou Geralt durante toda a primeira aventura, o herói terá um objetivo especial: livrar seu próprio nome de uma falsa acusação. Isso é apenas uma ponta do iceberg, já que não queremos de forma alguma spoilar a grande trama da qual o jogador participa. Mas, salientamos que The Witcher 2, tal qual o primeiro, possui um profundo enredo repleto de surpresas e reviravoltas, romance, sexo, assassinatos, alianças improváveis e guerra, pelo qual é difícil não se sentir atraído. Jogadores de RPG veteranos cultuam esse estilo maduro e inteligente de história, sem espaços para amadorismos, e o título da CD Projekt não decepciona em momento algum nesse ponto.
Geralt, o personagem principal, é um cara de princípios. Muitos apostam que ele não é capaz de ter sentimentos, mas ele mostra no início do jogo que tem uma bom relacionamento com Trish, a poderosa e sensual feiticeira ruiva do primeiro game. Aliás, desde o princípio, tudo que ele quer é terminar alguns afazeres pendentes para poder ir embora com ela. Durante a jornada, os jogadores reencontrarão algumas figuras marcantes do primeiro game e outras caras novas. Como Vernon Roche, líder dos Blue Stripes, as forças especiais do Rei Foltest. O cara é durão, esperto, mas leal. Assim como o anão Zoltan e seu inconfundível sotaque russo. The Witcher 2 possui uma penca de personagens carismáticos, fortes, inesquecíveis e o trabalho profissional de dublagem só valorizou ainda mais a narrativa. Seria normal em um jogo como esse ter esse ou aquele personagem praticamente nulo, ou imperceptível, mas todos os que participam ativamente da história possuem importante e passam algo de concreto para o jogador. Isso ajuda a criar uma relação mais estreita com todos eles é um dos fatores que tornam a história tão atraente.
A floresta é um lugar perigoso...
O jogo em si consiste não apenas dessa trama principal, mas também de muitas, realmente muitas quests paralelas. Essas quests, de dificuldades e objetivos bem variados, são o que garantem uma tremenda longevidade ao jogo – e você pode pegar inúmeras ao mesmo tempo, fica a seu critério. Descubra o paradeiro dos soldados desaparecidos para salvar a pele da elfa, encontre os itens tais, participe de uma pesquisa científica são algumas das missões com que o jogador vai se deparar. Isso sem falar nos vários mini-games envolvendo combate corporal, dados, queda de braço e muito mais. The Witcher 2 tem uma bela parcela de "sandbox" para oferecer. Isso sem falar nas centenas de itens que podem ser adquiridos em todos os cantos do jogo, desde ervas a armas, e dinheiro a receitas. Como um feiticeiro que se preze, Geralt não se faz valer apenas de seus braços para dar conta das criaturas: a alquimia também é a alma do jogo.
Como no primeiro, essa sequência também oferece uma penca de mecanismos que não estão ali para constar, necessitando de total atenção do jogador que quiser sobreviver aos desafios. A alquimia, por exemplo, permite a criação de itens e poções importantíssimas que oferecem vantagens únicas ao Witcher (mais força, resistência, recuperação mais rápida, etc.). Esse tipo de liberdade é algo que os fãs de RPG adoram - afinal, que graça tem ir a qualquer quiosque ou loja do jogo e comprar os itens já prontos quando você mesmo pode fazê-lo desde que tenha as fórmulas? Isso também vale para armas especiais, que o jogador pode forjar desde que tenha os itens necessários para aquele diagrama. Outros itens permitem melhorar equipamentos, com um sistema similar aos usados em MMOs. E ainda há mais para ajudar em combate como bombas, armadilhas e mutagens (irreversíveis), enfim, se o jogador quer usar um ou todos, é com ele. Mas ninguém pode dizer que o Witcher é um cara de poucos reursos.
Essa vila é linda, mesmo pegando fogo
Apesar da grande quantidade de mecanismos, The Witcher 2 é muito mais simplificado que o primeiro. A interface, apesar de ainda ser um pouco confusa, é muito mais amistosa que antes. É verdade que com controle fica difícil navegar por ela e entendê-la, principalmente porque para certas ações negadas não são oferecidas explicações satisfatórias, mas com o mouse é mamão com açúcar. Até mesmo a teia de habilidades é ridícula: o jogador gasta os pontos de talento adquiridos quando passa de nível para abrir uma técnica dentro de quatro categorias distintas como se defender de inimigos em várias direções, melhorar sua regeneração fora de combate, poder lançar facas e muito mais. Geralt pode ser único, mas o jogador pode moldá-lo como bem entender, seja tornando-o invencível com a espada, um poderoso alquimista ou um mago inigulável. Por ser um Witcher, Geralt pode usar "Signs", que lhe conferem magias básicas e avançadas como Aard (onda telecinética que atordoa adversários), Yrden (armadilha para paralisar inimigos), Igni (fogo), Quen (escudo de defesa), Axii (encantamento que coloca inimigos para lutar ao seu lado) e uma secreta. Todas essas habilidades são melhoráveis. Magias e itens são usáveis por meio de um anel de comandos que deixa a ação do jogo em supercâmera lenta. E como os RPGs tradicionais, mensagens no canto direito avisam regularmente o jogador sobre os efeitos que estão ocorrendo, incluindo dano causado, sofrido, modificação de status, etc.
O sistema de combate de The Witcher 2 também foi outro fator que passou por mudanças e para melhor. No game original, o jogador tinha estilos diferentes que serviam especificamente para inimigos distintos. Caras grandes precisavam ser derrubados com estilos rápidos, enquanto os menores eram derrotados com ataques fortes. Além disso, após um acerto, era preciso ficar atento a um ícone que aparecia por um leve instante, e só assim um combo era bem executado. Bem, esqueçam isso. O sistema na continuação é o mais dinâmico possível: golpe forte e golpe fraco. Combos saem naturalmente e com grande facilidade dependendo da arma utilizada (Geralt pode usar de tudo, desde adagas a maças e lanças), mas tais golpes devem ser escolhidos de acordo com os adversários (fraco em adversários ágeis, forte contra oponentes de armadura, por exemplo). Se engana quem acha que o jogo virou um "button smasher", pois outras modificações foram feitas transformando e balanceando os combates.
Uma das vilas por onde Geralt deixará sua marca
Uma das mudanças mais sensíveis está nas várias situações onde múltiplos inimigos atacam simultaneamente. Isso mesmo: deixar os adversários rodearem Geralt é morte certa e um frustrante recarregamento de save. O jogador é desafiado a enfrentá-los usando todos os recursos possíveis. Além dos demais itens de combate (bombas, armadilhas e magias), o jogador pode defender e se esquivar. No entanto, a defesa é muito limitada, principalmente no início quando se pode aparar apenas dois golpes e se eles vierem da direção que Geralt está virado. Nesse caso, quem quiser realmente usar espadas, terá que se esquivar com extrema frequência, batendo uma ou duas vezes e fugindo em seguida. A simplificação do sistema de combate veio em boa hora.
De que valeria tudo isso, porém, se The Witcher não tivesse bons gráficos? Quem tiver um PC de última geração terá à sua disposição um dos mais bonitos RPGs de que se tem notícia. Ultra detalhado, com efeitos visuais soberbos, o game é um colírio para os olhos trazendo suas florestas luxuriantes, castelos, cidades povoadas com dezenas de casas visitáveis, monstros dos mais variados tipos, tamanhos e desafios, personagens bem modelados (destaque para as incômodas cicatrizes de Geralt) e efeitos de água tão críveis que dá até sede só de ver o riacho correndo. Enquanto o primeiro a colisão entre Geralt e seus oponentes era meio artificial, agora os mesmos respondem fisicamente aos ataques, e vice-versa, como se espera e é típico de jogos de ação. A área explorável é imensa.
Sem magia, não há vitória!
Mas, há algo em The Witcher 2 que vale muito mais do que todos os efeitos juntos: cenário. Podemos pegar como exemplo a primeira cidade que vocês visita, Flotsam. Uma vila no meio da desgraça, banhada por um rio com uma criatura enorme que destrói barcos e cercada por uma floresta com todos os perigos que se possa imaginar. Andando por essa cidade o jogador rapidamente é tragado para esse universo crível, onde as pessoas cuidam de seus afazeres simples, conversam, reclamam, enfim. O modo com que a CD Projekt trouxe à vida esse lugar é algo que deveria ocorrer em todo santo RPG.
Tal qual em games como KOTOR, Mass Effect e Dragon Age, escolhas feitas pelo jogador em diálogos importantes (e quests) afetam o destino de Geralt. Há uma certa decisão que modifica completamente o desenrolar da história. Seguindo essas linhas diferentes, o jogador pode ver um dos 16 finais diferentes. Os completistas certamente jogarão mais vezes o game, principalmente porque uma boa parcela de conteúdo só pode ser acessada após a aventura ser concluída uma vez. E, para quem curte um desafio, uma novidade: o game tem quatro níveis de dificuldade, sendo que o maior deles, o insano, é literalmente insano. Se o jogador morrer, em qualquer parte do jogo, é Game Over – não há opção para recarregar "save game anterior".
Apesar de qualquer um poder desfrutar do jogo, novato ou não na série, The Witcher 2 é voltado, definitivamente, para o público maduro. Isso pode ser visto nas várias situações em que o herói tem relações sexuais com NPCs. Em uma das primeiras cenas do jogo, aliás, o witcher está no bem bom com Trish, sua amada do jogo anterior. Apesar do relacionamento sério, o herói não nega fogo a qualquer uma que lhe ofereça algo mais como recompensa por seus atos.
Esses Nekkers são tão fofinhos /not
The Witcher 2 é um produto soberbo e grandioso, com vasta atenção aos detalhes, mas não está livre de problemas. Além da interface ainda imperfeita, o game peca em performance mesmo rodando em micros superpotentes. O que ocorre é que com o tempo, parece que o jogo não libera memória de forma correta, e os slow downs começam a ocorrer, até a queda total de frame e eventual impossibilidade de se continuar a jogar. Salvar, sair e recomeçar soluciona o problema. Um patch no futuro certamente deve resolver o problema.
Outra correção também se faz necessária para o sistema de interação, já que objetos interferem em outros quando próximos. Por exemplo: quando matamos um guarda próxima a uma tocha que Geralt podia acender e apagar como quisesse, não conseguimos pegar o item deixado pelo guarda, porque a ação contextual mostrada, mesmo quando virávamos a câmera para baixo, era a da tocha. Houve também um estranho problema em uma das missões: estávamos correndo atrás de uma pessoa quando, repentinamente, uma outra surgiu "nos passando uma missão". Dessa forma, jamais conseguiríamos concluí-la. Foi uma pena, é verdade, mas ainda assim o jogo oferece tanto a mais que sentimos como se fosse um pequeno sacrifício válido – ainda mais que, posteriormente, descobrimos um método para burlar o erro, pegando nosso alvo antes.
Mesmo com esses deslizes técnicos, The Witcher 2 é um dos mais fabulosos e autênticos RPGs que o PC já recebeu. Visualmente soberbo, com personagens e história cativantes do início do fim, essa continuação supera o primeiro em todos os quesitos, tornando-o imperdível para quem curte o gênero. Mesmo quem não jogou o primeiro, apesar de claramente se sentir alheio aos eventos e personagens no início da aventura, não devem demorar muito até se ficarem emergidos na narrativa e nos acontecimentos, sentindo como se já fizesse parte desse fantástico universo há tempos. Por isso, The Witcher 2 pode ser jogado por qualquer um, idependente de já conhecer o "bruxeiro" de outras aventuras – aliás, não existe melhor hora para fazer do que agora.
Mínimo:
Processador: Intel Core 2 Duo 2.2 GHz ou equivalente AMD
Placa de vídeo: Nvidia GeForce 8800 com 512MB ou equivalente ATI
Memória: 1 GB para Windows XP / 2 GB para Windows Vista e Windows 7
Disco rígido: 8 GB para instalação e 8 adicionais para material bônus
Recomendado:
Processador: Intel Quad Core ou equivalente AMD
Placa de vídeo: Nvidia GeForce 260 com 1GB / Radeon HD 4850 com 1GB
Memória: 3 GB para Windows XP / 4 GB para Windows Vista e Windows 7
Ah é o game tá disponível pra PC, e ano que vem vai ter versão para Xbox 360 e (possivelmente) Playstation 3.